Novos Caminhos, Velhos Trilhos

novembro 29, 2010

O MUNDO PODE SER DOS ESPERTOS MAS O REINO DE DEUS NÃO É!!!

Filed under: Sem categoria — sdusilek @ 3:04 pm

novembro 27, 2010

QUEM É ESTE?

Filed under: Estudos — sdusilek @ 5:17 am

JESUS: A ENCARNAÇÃODO PODER DE DEUS 

TEXTOS :                 – Texto Bíblico: Lc.5:1-11,17-26; 7:11-17; 8:23-34, 49-56; 9:1-8, 23-26; Mt.8:23-27

Leituras Diárias: a) Mc.5:1-20; b)Mc.4:35-41; c)Mt.8:14-17; d) Lc.8:40-56; e) Mt.14:13-36; f)Lc.7:11-17; g)Mc.2:1-12

                                   – Texto Básico: Lc.8:22-25

Introdução;

Ainda me lembro de certa vez ser procurado por uma linda junior (hoje já deve ser uma adolescente) após pregar na PIB de São Paulo/SP querendo tirar dúvidas altamente coerentes sobre Jesus e o seu poder. Ela dizia: “Pastor, se Jesus é Deus e tem todo poder, como Ele não sabia nem o dia nem a hora (Mt.24:36)?” Tal dúvida pertinente e que vamos abordar neste estudo pode ser traduzida por uma pergunta freqüente na boca de discípulos e do povo da Palestina: “QUEM É ESTE?”

 Quando Jesus acalma a tempestade (Lc.8:23-25), os discípulos boquiabertos perguntaram: “quem é este que até o mar e os ventos lhe obedecem?”. Quando ele perdoa o paralítico de Cafarnaum e o cura, os fariseus se perguntavam quem era aquele Jesus para poder perdoar pecados. Pois a única resposta é: Jesus é a encarnação do poder do Reino de Deus. Ele era a manifestação visível do Poder do Reino, verificada nas dimensões humana, espiritual e criaçonal.

A-UM PODER QUE SE MANIFESTOU NAS MAIS DIFERENTES DIMENSÕES

Por cerca de 37 vezes os evangelhos relatam curas extraordinárias que o Senhor fez. Jesus curou os mais variados tipos de doenças, desde caso psicossomáticos (como foi com o paralítico de Cafarnaum) até enfermidades das mais diversas do corpo humano (como foi o caso da cura da melhor hemorrágica, dos cegos, dos leprosos, etc.). Seu poder era tamanho que pelo menos em três ocasiões ele ressuscitou pessoas (o filho da viúva de Naim, Lázaro e a filha de Jairo).

Na dimensão espiritual Jesus exerceu completa autoridade sobre Satanás e sua “trupe” (Rm.16:20). Os demônios, ao contrário do que ocorre por aí, não eram convidados a se manifestarem, mas “pipocavam” quando Jesus aparecia por perto. A santidade de Jesus era tão gigantesca que onde a luz aparecia as trevas se revelavam e eram banidas. Jesus não fez nenhuma “entrevista com o vampiro”, isto é, com o demônio. Sabe por quê? Por que o Diabo nada tem a nos acrescentar. Por isso Ele exercia sua autoridade espiritual expulsando-os.

Talvez você tenha receio de exercer autoridade espiritual, mesmo vivendo uma vida piedosa. Saiba que no plano espiritual o nome de Jesus está sobre todo o nome (Fl.2:9; At.4:12; IJo4:4). E que pelo nome e obra de Jesus nós temos perdão dos pecados (IJo1:7,9).

Na dimensão da criação como um todo os evangelhos apresentam um Jesus que exerce domínio e poder direto sobre a natureza. Ele multiplica elementos físicos como foram os dois milagres da multiplicação dos pães; Ele andou por sobre o mar (e não venha me dizer que tinha pedras ou um banco de areia de alguns km´s escondidos sob as águas porque não “cola”); repreendeu a tempestade; foi transfigurado; ascendeu ao céu flutuando, etc. A quem a natureza pode obedecer senão a Deus? Guarde bem isso: Jesus Cristo é DEUS!

B-O TAMANHO DO PODER DE JESUS

Como podemos ver, Jesus tinha um imenso poder. Mas a pergunta daquela menina (início da lição) permanece: o Messias tinha todo poder?

A maravilha de termos a Palavra de Deus é que a Bíblia interpreta a própria Bíblia. E é em Paulo que vamos ter a explicação e a melhor adequação desse problema. Falando aos Filipenses num louvor que exalta Jesus Cristo e abordar a Sua encarnação (Fil.2:5-13), o apóstolo vai fazer uso do termo grego kenosis. Essa palavra foi traduzida como “esvaziamento”. Isso implica dizer que Jesus não tinha, na forma humana, os três atributos naturais de Deus, a saber: a) Onipotência – Ele não tinha todo poder embora ele fosse imenso; b) Onisciência – Ele sabia muita coisa (vide João 6:66-67, 13:1-2), mas não tinha todo o conhecimento; c) Onipresença – Ele não podia estar em todo lugar ao mesmo tempo. Jesus, quando por amor resolveu tomar a forma humana, se auto-limitou. Ele continuava sendo Deus, só que não na plenitude de sua deidade.

Tal explicação paulina é muito importante porque ajuda-nos a compreender como o infinito (Deus) pode ser absorvido no finito (homem). Era como colocar toda a água dos oceanos num copinho de café. E isso em nada afeta a divindade de Jesus.

CONCLUSÃO

Agora fica uma questão: em que o poder de Deus interfere na minha vida? Quero sugerir a você alguns pensamentos:

a) lembra do Jesus que acalmou a tempestade? Pois é: todos nós passamos por tempestades também. E algumas delas Deus quer literalmente que a enfrentemos (Mc.6:45-48; Mt.8:23-27). E isso para nosso crescimento, para nossa dependência dEle e para que percebamos o poder do Senhor;

b) a grande questão portanto não é se teremos ou não tempestades, mas sim se Jesus está no nosso barco ou não. O que é duro é descobrir em meio a tempestade que Cristo não está no nosso barco, na nossa vida e no nosso projeto de existência. Lembra do corinho (“com Cristo no barco tudo vai muito bem…”)?

c) para aqueles que confiam suas vidas a Jesus, sabem que após a tempestade experimentamos a bonança, que nada mais é que a manifestação do cuidado e do amparo (Sl.57:1) de Deus para conosco. Tudo está sob o controle dEle. Até aquilo que saiu do nosso controle (como foi a tempestade para os discípulos) ainda está debaixo do Governo do Senhor.

Se você vive uma tempestade, clame a Jesus e pelo Seu poder afim de que Ele repreenda os ventos que assolam a sua vida e você experimente a bonança e a plena paz do Mestre.

 

 

novembro 21, 2010

SOBRE A VERDADE

Filed under: Estudos — sdusilek @ 11:41 pm

Na semana passada fui lembrado, numa conversa com um colega a quem quero bem, de uma história. Voltei a sentir a perplexidade que sentira anos atrás por ver pessoas tão boas e capazes terem um senso de julgamento tão torto. Por isso resolvi escrever poucas linhas sobre a verdade. Espero que elas ajudem você a pensar.

1) Verdade está ligada a caráter e não a temperamento – uma pessoa que perde o controle diante de uma dor excruciante (como a mentira que desonra), não perdeu a verdade. Pode ter se esquecido da melhor razão. Mas não da verdade. Volto a dizer: Verdade está ligada a caráter e não a temperamento. As denúncias que Cristo fez quando expulsou os vendilhões do Templo (Jo.2:12-18) eram verdades, conquanto ele estivesse alterado em seu estado emocional. Tampouco, vale a pena ressaltar aqui, a alteração do estado emotivo é sinal de pecado. Jesus mostrou que podemos nos alterar pela indignação sem abrigar o mal em nosso coração, sem pecar.

Surpreso? Pois é, a vida é maior do que você pensa!

2) Grandes mentiras foram ditas em tom calmo ou repetitivo. As versões nazistas eram repetidas inúmeras vezes porque Joseph Goebbels (chefe da comunicação nazista) entendia que uma mentira quando veiculada várias vezes ganhava “contornos” de verdade… E essas falas eram ditas de modo pausado, numa espécie de leitura de telejornal. Jamais foram verdade, embora muitos tenham acreditado naquelas sandices… não é assim que acontece em muitas igrejas, governos, etc?

Repare a História recente. Seja aqui no Brasil ou fora do nosso país, tivemos inúmeros exemplos de gente que mentiu na maior calma. O nosso presidente disse que nunca ouvira nada sobre o mensalão… e isso na maior calma. Bill Clinton negou ter feito sexo com a estagiária Mônica Lewinsky e fez isso com a cara e a parcimônia “mais lavada” desse mundo. George W. Bush invadiu o Iraque afirmando estar convicto de que aquele país tinha armas de destruição em massa… na maior calma seus assessores afiançaram isso. Na maior calma ele repassou a motivação da invasão para a imprensa. Mas onde estava a verdade? Parece que estava naqueles protestos emotivos que eram feitos pelos Estados Unidos contra a invasão do Iraque.

Guarde bem isso: calma não é sinal de verdade. É sinal de auto-controle ou então, no caso de psicopatas, da ausência de sentimentos e/ou emoções.

3) A verdade é; a mentira não é. A mentira existe como uma ilusão. Ela tem vida na virtualidade da mente que a criou ou da boca que a proferiu. Já a verdade existe por si só. Ela é densa (verdade tem massa!!! Creia nisso!!!). Uma vez diante da verdade nosso coração experimenta um certo assentamento. Relaxamos, ainda que ela (verdade) doa e nos faça sofrer. Isso porque a verdade tem poder de apaziguamento, de finalizar uma procura. Já a mentira… ela jamais aquieta o nosso coração! Deve ser muito duro conviver com gente mentirosa, uma vez que o coração jamais tem sossego.

4) Não podemos lutar contra a verdade, mas devemos nos levantar contra toda mentira. É isso que está lá em II Coríntios 13.8 e João 8. Jesus se insurge contra a mentira dos fariseus a ponto de lhes dizer que eles não eram filhos de Abraão, mas sim do Diabo (daí a expressão pai da mentira). Já o apóstolo Paulo nos adverte a não lutar contra a verdade. É uma luta inglória. E é também uma luta não abençoada. Deus não promove restauração e cura, nem tampouco derrama do seu bálsamo renovador em pessoas e circunstâncias mentirosas. Se aliar a mentira é destronar Jesus. Por isso a vida espiritual de muitos anda muito mal…

Lute para que a verdade se estabeleça. Fale sempre a verdade e anda sempre com gente de caráter que é amante da verdade. Afinal, ela precisa raiar como Sol (Is.48), para que a Glória do Senhor venha sobre nós.

5) Por fim vale lembrar o dizer de Jesus que uma vez conhecida a verdade, ela traz libertação (Jo.8:32). Quem se esconde por medo ou por conveniência no fundo da caverna escura da mentira continua aprisionado por Satanás. Acha que experimentou a verdadeira liberdade, mas está preso! (veja II Pedro 2 e Judas).

Essa liberdade encontramos somente em Jesus Cristo. Somente debaixo de Suas mãos (Lc.13:12-13). E quando temos um encontro verdadeiro com a VERDADE que é JESUS (João 1; 14:6), nossa busca acaba e nosso coração se aquieta. 

Que você ore e deixe Jesus reinar em sua vida! O mundo inteiro pode mentir ao seu redor. Pode até tentar falsear a verdade. Mas em Cristo todas essas mentiras caem por terra.  

Pr.Sergio Dusilek

sdusilek@gmail.com

novembro 15, 2010

12 HOMENS E SOMENTE 1 MESTRE

Filed under: Estudos — sdusilek @ 10:51 pm
TEXTOS :                 – Texto Bíblico: Mateus 10:40

                                         – Leituras Diárias: a) Mt. 4:18-22; b) Lc. 5:1-11; c) Mt. 9:9-13; d) Lc.9:1-9; e) Mt.10; f) Jo 1:35-42         g) Jo1:43-51              – Texto Básico: Mateus 10:1-2 /// Texto Áureo: Mt:10:25

 Introdução

A formação de discípulos nunca foi novo. Na filosofia grega você tinha o exemplo de Sócrates que com sua escola peripatética (ensinando enquanto se deslocava) formou gente como Platão, o qual além de preservar seus ensinos (Sócrates como Jesus não deixou nada escrito), manteve por um tempo a tradição da escola socrática.

Jesus sabia que o melhor quadro para se escrever algo era o coração humano. E também tinha ciência de que a continuidade de um ministério está visceralmente ligada à capacidade de produção de discípulos. Sabedor disso Jesus escolhe então doze discípulos para que estes não só perpetuassem um legado, como também fosse além dEle (Jo5:20,14:12). A perpetuidade do Evangelho depende diretamente da qualidade dos discípulos de Jesus. Por que na Europa há um pós-cristianismo (templos protestantes são vendidos)? Porque em algum momento da história cristã, os discípulos foram de qualidade questionável.

Guarde bem uma coisa: ser discípulo não é defender uma filosofia cristã de vida. Ser discípulo é um estilo de vida. Isso porque o evangelho só tem sentido e a pregação só encontra eco quando o encarnamos.

A-POR QUE ESSE NÚMERO 12?

É certo que havia um núcleo maior de discípulos girando em torno de Jesus. Homens que o seguiam (vide Lc.10) e que queriam de coração servi-lo. Mas Ele escolheu 12, e a esses estendeu um convite todo especial.

A escolha dos 12 está ligada a lembrança da formação e da totalidade do povo de Deus. Israel era formado por 12 tribos. E a Igreja, povo do Senhor, não poderia ter formação diferente. O Senhor retoma o processo de restauração do Seu povo (Ap.4:4).

B- O QUE É SER DISCÍPULO?

A palavra grega para discípulo é mathetés a qual aparece cerca de 264 vezes no Novo Testamento, em especial nos evangelhos e em Atos. Isso mostra que uma das ênfases da mensagem do Reino é produzir discípulos. Jesus esperava que seu discípulo tivesse total devoção a Ele e que entendesse que o convite que Ele fizera representava uma chamada para o serviço.

Não dá para coexistir numa mesma pessoa o discipulado e o “esquenta banco”. Quem é discípulo de Jesus, quem realmente o segue não consegue ficar parado. Ser discípulo do Mestre é para ser como Ele. E isso implica envolvimento com a obra de Deus e com a construção do Seu Reino aqui na Terra. Agora uma perguntinha… você é “discípulo de menos” ou é realmente um discípulo? Você quer realmente ser igual a Jesus?

A Bíblia também confere um outro título aos 12: o de apóstolos. Apóstolos, no sentido estrito da Palavra, somente os 12 e Paulo, porque receberam um chamado direto de Jesus. Por isso não há porque valorizar essa corrida insana pela titulação apostolar que muitos hoje se  arvoram ser. Mas num sentido mais abrangente, todos somos convidados a sermos apóstolos. Isso porque no cerne do discipulado de Jesus está o comissionamento (Mt.10). Jesus não quer que os seus discípulos só recebam instrução, mas sobretudo que eles fossem enviados, que fizessem novos discípulos. No núcleo do Evangelho está a idéia de multiplicação de discípulos!

C-QUEM ERAM OS DOZE?

De fato, se Jesus queria doutores para compor seu colegiado apostólico Ele foi procurá-los no lugar errado. Isso indica que além de Jesus querer formar e amadurecer os que iria convocar, Ele via a capacidade inerente de cada um. Lembra de Gideão (Jz.6-7)? Era alguém medroso, tacanho, mas Deus o olhava como “varão valoroso”. Deus nos vê lá na frente, como obra acabada pelas suas próprias mãos.

Assim foi com o convite dos doze. Jesus adotou um perfil de grupo completamente eclético. Tinha um descrente (Tomé), um prestativo (André), um traidor (único discípulo da Judéia – Judas[1]), uns “nervosinhos” (Tiago e João – filhos do trovão), um terrorista (Simão o zelote – que era um partido terrorista como o HAMAS na palestina atual e que lutava contra a dominação romana), e um traidor da pátria (Levi/Mateus – cobrador de impostos). Todos com sua potencialidade e todos com seus defeitos. Tal escolha de Jesus deve consolar o nosso coração e animar a nossa caminhada de fé! Acho difícil que numa igreja tenha tanta gente “ruim” como esses 12 homens do Mestre. Há esperança no discipulado para mim e para você!

CONCLUSÃO

Pasme você, mas daqueles discípulos o que mais atingiu o objetivo de ficar mais parecido com Jesus foi João. De um estourado que queria mandar fogo nos samaritanos (Lc.9:51-56) foi transformado no apóstolo do amor (vide I João). E ao que tudo indica, João era um adolescente.

Ressalto isso porque você também pode ser um exemplo de vida, pois para ser como Jesus não é preciso ter idade, mas vontade e desprendimento para que o Senhor o torne naquilo que Ele sonhou para você.

Você quer isso? Quer ser discípulo, ser igual a Jesus?

[Estudo publicado na revista Diálogo  & Ação da JUERP da CBB no terceiro trimestre de 2008]


[1] Parece que a lacuna de uma tribo (Benjamita) relatada em Jz.21 aponta para uma lacuna na cadeia apostólica (a de Judas Iscariotes). Alguns comentaristas dizem que os apóstolos se precipitaram na escolha de Matias (At.1:12-26), porque Jesus deveria recompor esse colegiado, o que Ele fez quando apareceu a Saulo/Paulo (At.9)

novembro 6, 2010

QUANDO A FALTA DE SABOR É SUBSTITUÍDA PELO MELHOR PALADAR!

Filed under: Estudos — sdusilek @ 2:41 pm

[OS PRIMEIROS FEITOS DE JESUS(ou) O Milagre na Familia de Caná TEXTOS]

Texto Bíblico: Jo 2:1-12; Jo 4:1-30; Lc.4:16-30 Leituras diárias: a) Is.42:1-7; b) Is.53; c) Is.61; d) Jo2:1-12; e) Jo4:1-15; f)Jo4:16-30; g)Mt.8 – Texto Básico: Jo2:1-11 – Texto Áureo: Jo.2:11

Já se imaginou tendo uma vida tão coerente que as pessoas aprendam contigo somente observando você? Os ensinos de Jesus não estão presentes só nas suas palavras, mas sobretudo no seu caminhar. E após definir de que tipo que seria seu ministério, o Senhor começou a exercê-lo. Ele começa então a falar com sua própria vida de modo tão singular que o autor de Hebreus (Heb.1) vai diferenciar a fala de Jesus como o ápice daquilo que Deus quis revelar ao homem. Afinal aceitar Jesus como um grande homem, como um grande profeta, como alguém de ligação íntima com Deus é fácil, porque a história mostra isso. Agora aceitá-lo como Messias, como Deus encarnado, isso requer fé. E parece que por vezes, quando as coisas se tornam normais e mecânicas para nós, notadamente as sagradas, vão perdendo a fé. Quantos adolescentes quando entraram para o coro ou para uma banda, não o faziam com temor diante de Deus? E quantos, após normalizarem o convívio com a “mecânica” dos ensaios, não acabam por desprezar a seriedade de tal compromisso? Parece que alguns quanto mais contatos com o sagrado têm, invés de criar mais temor gera mais desleixo.

Pois não foi diferente com o povo de Nazaré e com algumas aldeias circunvizinhas daquela região. Eles tiveram contato com Jesus antes do início do ministério. E daí, pela normalidade com que o via, não foram capazes de crer que ele era o Cristo (o ungido/enviado). Aqui reside a primeira rejeição que ele passou: na própria cidade onde fora criado e crescera, Nazaré (Lc.4:14-30). O que o Inimigo mais deseja fazer conosco é nos tornar semelhantes aos nazarenos, gente que acredita em Jesus como um personagem histórico-religioso. Só que Jesus é muito mais do que isso. Ele é Deus! E para tanto você precisa exercitar a sua fé. Soren Kierkgaard (teólogo e filósofo dinamarquês) disse certa vez que a fé tem início onde termina a razão. Para ver Jesus como Deus você precisa CRER! O que representa exercer um ato de fé.

Por ser Deus, Jesus não se limitava a atuar segundo um “script” religioso do seu tempo. Ele não tinha uma postura excludente, mas sim includente (veja Tiago 2). O Mestre não fazia acepção de pessoas. Ele cuidava de doentes, curava leprosos, tocava em mendigos, conversava com mulheres (muitas delas adoecidas e rejeitadas como a hemorrágica (Lc.8)), evangelizava samaritanos (lembra da mulher samaritana? – João 4) e acolhia as crianças. Jesus com essa postura, ao passo em que se tornou em escândalo para os religiosos daquele tempo (mestres da lei/escribas/fariseus), inaugurou o acesso das pessoas ao Reino do Céu.

Pois esse Cristo realiza um Milagre NA FAMÍLIA. O evangelista João qualifica o milagre das Bodas de Cana (Jo2:1-11) como sendo o ato inaugural dos feitos de Jesus. Tal expressão não se encontra na Bíblia sem o propósito claro de mostrar como Deus ama e se importa com a família. Ela pode ser atacada, vilipendiada, ridicularizada pela sociedade, mas ela permanecerá até a volta de Jesus (sua 2ª vinda), porque a família é instituição criada por Deus. E a obra que Deus cria e faz, só Ele pode destruir. Naquele tempo, era comum as festas de casamento (até mesmo devido a dificuldade de locomoção) durarem 1 semana. E Jesus, talvez por ser conhecido dos noivos, foi também convidado para aquela festa. A partir de sua estada entre os convivas é que vamos tirar algumas lições do texto para nós.

A primeira delas é que Jesus sempre vai estar interessado em sua família. Você vive ou presencia uma crise em casa? Saiba que o coração de Jesus também se entristece com tal coisa. O texto fala que Ele no início do seu ministério, dá uma “quebrada” no seu curto tempo e vai a um vilarejo chamado Cana. É lógico que Cristo tinha mais o que fazer; Ele não estava ocioso. Mas o fato dEle ter ido a um casamento mostra que a agenda de Deus está prioritariamente aberta para as famílias. Não importa onde ela esteja (se numa grande cidade ou num vilarejo), se tem crises fortes ou não, se há amor ou ausência dele em casa, Deus sempre vai estar com sua agenda aberta para a sua família. Guarde bem isso: Deus está interessado na sua família. 

A segunda lição desse texto aponta para o fato de que toda a família é suscetível à crise. Não há família perfeita, embora por vezes nós achemos que os outros lares são melhores do que o nosso. Todo casal, bem como toda relação paternal tem seus problemas. E com aquele casal de Cana não foi diferente. Logo na lua de mel eles enfrentam sua primeira grande crise conjugal. Você consegue imaginar isso? Um tempo que era para ser de alegria começa a ganhar contornos cinzentos… mas eles tinham feito algo excelente: haviam convidado Jesus para fazer parte de sua família. E na hora da crise, Jesus faz toda diferença! Talvez você esteja com crise em sua casa. Quero convidar você a confiar e pedir ajuda a Jesus e também ao seu pastor/líder. Se ele ou ela é alguém nota 10, abra seu coração e peça ajuda. Lembre-se você não é o único a passar por isso.

A terceira lição está no fato de que não há família que tenha perdido a alegria que Jesus não possa restaurá-la. O vinho emprestava a imagem da alegria nas celebrações. E Jesus transformou água em vinho. Aquilo que não tinha mais sabor, aquilo que se tornara corriqueiro, agora ganhava um contorno especial. E sempre a alegria do segundo momento será maior do que a primeira (2:10b). Deixe Jesus transformar sua casa! Se a sua família perdeu o sabor, a graça, saiba que o Senhor pode restaurar o gosto e o paladar de vocês. Não há água, nem casamento fazendo água, que Jesus não possa transformar no melhor dos vinhos! Mas para isso é preciso tê-lo por perto, obedecer as ordens que Cristo lhe der além de manifestar sua expectativa – encha as talhas até a boca!

Resta uma pergunta: até onde vai a sua fé? Quanto de alegria você quer para sua família? Encha as talhas (potes/vasos enormes de pedra) até a borda (11:7) e você vai ver a extensão do milagre de Jesus em sua casa.

 

Pr.Sergio Dusilek

sdusilek@gmail.com – estudo publicado na revista Diálogo e Ação da JUERP – 3o Trimestre de 2008.

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