Novos Caminhos, Velhos Trilhos

janeiro 27, 2014

SOBRE A ASSEMBLÉIA DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

Filed under: Sem categoria — sdusilek @ 4:56 pm

Antes que você faça mau juízo a meu respeito quero dizer que não estou bronqueado com a vida. Também pudera: seria muito injusto se assim fizesse com a família que tenho, a presença de Jesus, os amigos que andam comigo. Semelhantemente não estou estressado, porque acabo de voltar de férias. Nem tampouco sou daqueles que não amam a denominação ou o pior, daqueles que usam dela para satisfazerem seu ventre. Até mesmo porque, na circunferência abdominal que hoje ostento e na situação que a denominação se encontra, acho que nem que quisesse daria para enchê-lo… (rsrs!).

Deixo claro também que não estou contra ninguém em particular na denominação, mesmo porque não sei da autoria do que comentarei aqui. Este pequeno texto é só a observação de um pastor batista, apaixonado pela denominação a tal ponto que prefere a marginalização que lhe foi imposta do que o ferir esse sentimento da alma. Parece que a consciência crítica, até mesmo para um sistema que em tese teria lugar para os divergentes, visto que somos democráticos, não é muito bem quista. E sem os críticos a deterioração é inevitável. Principalmente quando falamos de algo pertencente ao universo religioso. Por onde andavam os profetas no tempo dos reis de Israel?

Andei vendo ao longo dessa última semana vários e diferentes posts no facebook falando da Assembléia da CBB que está sendo realizada em João Pessoa-PB. Há coisas lindas acontecendo. Vibro e celebro quando temos 200 batismos, sinal de que anteriormente 200 pessoas foram salvas por Jesus. Me emociono ao saber que um homem destruído pelas drogas, que vivia como um zumbi na cracolândia é alvo do poder de Deus a ponto de se preparar para ser um pastor! Que coisa magnífica! É de arrrancar do fundo da alma pelo menos um sonoro “Aleluia”!

Contudo, me preocupa:

a) o exercício de uma temática endógena. Se bem que na CBB mesmo, houve o que considero um sadio flerte com uma agenda exógena quando se falou de adoção e de famílias monoparentais. Mas mesmo assim, boa parte da temática é abordada na perspectiva da guerrilha, do entrincheiramento e não do diálogo. Quer ver um exemplo? Acho pouco provável que algum orador tenha abordado a questão dos casais homossexuais e transsexuais. O que uma Igreja deve fazer com eles que não seja o caminho do banimento, da expulsão? Há algo para se fazer?

b) a repentina mudança de alguns… pessoas extremamente ácidas com tudo o que se referia a denominação e que agora quase postam fotos de “oração silenciosa”, de “plenários vazios” por ter acabado a reunião… o que aconteceu ou está acontecendo? Era uma anterior falsidade ou seria agora uma adesão ao carreirismo denominacional? Confesso que fico sem entender…

c) a instrumentalização de pessoas… o sistema usando gente para fazer sua propaganda. O pior tipo de marketing para mim não é o que anuncia um produto, mas aquele que coisifica as pessoas, tornando-as parte de uma “coisa maior”. A coisa maior que existe deveria ser o ser humano. A vida humana não pode ser sobrepujada por nenhum sistema. Então, conquanto celebre os batismos e vibre com a ordenação desse colega que teve sua vida transformada, me causa certa apreensão ver o uso que o sistema está fazendo dessas vidas. Um ex-viciado foi alguém abusado pelo sistema do narcotráfico. Temo que agora ele o seja pelo sistema religioso…

d) dessa instrumentalização sempre me vem uma pergunta: para que se faz isso? Tem algo que precisa ser velado, não notado e que para tanto, seja necessário desviar o foco? É para reanimar o povo e a liderança? Bom, uma assembléia convencional deve existir com o propósito de ser um Oásis, ou ainda de ter um efeito narcotizante? Por que não fazer uma reflexão profunda sobre o porque de (nesse caso) tanto desânimo e o que poderia ser feito para instrumentalizar a cada um a busca uma auto-motivação ou mesmo uma motivação do Alto?

e) a inautenticidade de algumas práticas e mais ainda para onde elas apontam. Aprendi que batismo se celebra na igreja local. Essa é uma razão pela qual teria dificuldade de batizar alguém, por exemplo, na banheira de sua casa, ainda que 3 líderes da igreja estivesse comigo ali. Aprendi também que quem consagra pastor é a Igreja local. Mas a assembléia dá indícios de uma “episcopalização”. Ora, ainda que a Igreja de Cristo esteja ali reunida, ela o está não como uma Igreja Local, mas como esfera decisória denominacional. Lamento por exemplo que tenha sido tirado o privilégio da consagração ao pastorado da igreja que investiu nesse moço. Ou ele vai ter outra consagração? Ou já teve? Se forem mais de uma… qual valeu? Qual foi “fake” e qual foi “a vero”?

Conquanto reconheça que faça bem aos propósitos convencionais, não gosto dessa inautenticidade. Aliás, me preocupo com ela.

f)  os preletores sejam normalmente “amigos do rei”. Por que não ouvir alguém crítico para repensar a prática (chega de repensar estrutura!) batista ou até mesmo, o futuro batista? Por que não ouvir a leitura de um acadêmico, de um doutor sobre a denominação? Ou ainda, por que não parar para escutar a visão de líder de outra denominação sobre nós? “Pode ser”, como diria a Pepsi?

g) por fim, com o mundo gritando aqui fora com Dilma assinando seu atestado de incoerência gastando R$26.000,00 na diária de um hotel em Portugal mas pregando a ajuda aos pobres em Davos; com crianças morrendo na guerra da Síria; e o pessoal da CBB numa discussão sem fim sobre a ordenação de pastoras, falando da criação de uma nova ordem de pastores… num universo totalmente paralelo. Chego por vezes a pensar que a turma que procura ET´s tá buscando no lugar errado… ora vasculhando o céu, ora olhando para os “lugares místicos” da terra, enquanto nossas assembleias convencionais são uma boa amostra “ufológica” (rsrs!).

Ressalto que não estou contra a denominação. Talvez você agora entenda porque estou à margem dela. Porém sigo lutando para manter essa paixão denominacional acesa dentro de mim. Aliás, cansando de tanto lutar…

Com um misto de respeito, consternação e preocupação,

Pr.Sérgio Dusilek

sdusilek@gmail.com

janeiro 15, 2014

SOBRE A UGF – Universidade Gama Filho

Filed under: Sem categoria — sdusilek @ 4:54 pm

Não tenho tanto lamento pela UniverCidade quanto pela UGF. Não só pela minha identificação por um local onde passei (fiz uma pós lá em História da Filosofia), mas principalmente pela sua história. A UGF foi fundada por um visionário homem da educação que inclusive teve o status de Ministro de Estado. Aliás, é muito dura a comparação entre um Gama Filho e um Haddad ou mesmo um Mercadante… chega a ser cruel tamanho o abismo que os separam.

 Por esses e outros motivos tenho acompanhado com certa perplexidade o rumo da Universidade. Nesse curto espaço então quero dizer:

a)      Que acho um absurdo o MEC, a quem cabe fiscalizar e credenciar as universidades, simplesmente “lavar as mãos” nesse episódio tomando a  medida do descredenciamento que penaliza quem já anda machucado, a saber: os corpos docente e discente da instituição;

b)      Que como instituição maior o MEC mesmo deveria promover a transferência desses alunos. Não é publicar edital e deixar a turma se mexer. Ora, se a Gama chegou até esse estágio, isso também se deve a conveniência ou inoperância do MEC. Nesse sentido ele precisa remediar a situação. Ou promove a transferência ou garante que outra universidade, usando o campus da UGF, conclua os estudos dos alunos e estude o reaproveitamento dos professores;

c)       Que lamento que o governo salve bancos, clubes de futebol, mas não universidades. Quanto menos estudo e mais bolsas, melhor… não é o que parece? Isso mostra quão “socialista” ele é;

d)      Que espero que ex-alunos e professores da UGF entrem no circuito. Que protestem, seja nas ruas, no face, nos blogs, nos e-mail´s, nas cartas aos grandes jornais e colunistas. Mas que não fiquem parados;

e)      Que conquanto entenda, lamento que as decisões de docentes e discentes ao longo dessa via crúcis só agravaram a situação ao invés de ajudar a resolvê-la;

f)       Que deixo claro que o atual dono/sócio majoritário do Grupo Galileo (Adenor Gonçalves) que se apresenta como pastor batista não pertence a mesma Convenção (CBB) e a “classe pastoral” (OPBB) que nós da Igreja Batista Marapendi pertencemos. Aliás, desconheço o grupo batista do qual ele diz fazer parte. Tampouco a denominação batista está por detrás dessa “aventura empresarial”, como alguns órgãos de imprensa noticiaram;

g)      Que oro e convido a você a orar para que uma solução seja encontrada para os funcionários, professores e para os alunos.

Triste e apreensivo,

Pr.Sergio Dusilek – sdusilek@gmail.com

 

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