Novos Caminhos, Velhos Trilhos

abril 13, 2015

A Mãe que fica

Filed under: Sem categoria — sdusilek @ 3:00 pm

A mãe que fica
Ao vislumbrar a morte de uma mãe, o que dela vai e o que dela fica?
Vai a certeza do cuidado, do afago, do apoio;
Fica a concretude deste cuidado, a certeza da boa semente que já dá fruto. Sim porque o cuidado desde a fase mais tenra se traduz nos seres humanos que os filhos se tornam;
Vai o cheiro doce e confortador da presença,
Contudo fica a delineadora marca do enorme tamanho que ela tem dentro de cada um dos seus filhos;
Vai e se esvai o som de sua voz, o qual tanto bem fazia ou procurava fazer;
Permanece nas cordas da alma a sua sonoridade, pela qual os filhos relembram seus ensinamentos e palavras, seu jeito;
Vai o olhar doce que exalava amor;
Fica a lembrança de tantas mensagens recebidas num simples cruzamento dos olhos dos filhos com aquele olhar;
Vai a certeza do encontro, do café, do almoço, do jantar;
Fica a saudade de momentos que não se repetirão mais aqui, mas que tornarão a ocorrer na Eterno Banquete com Jesus;
Vai o olho seco, contemplando a realidade como ela lhe parece ser;
Ficam os olhos marejados, a saudade que se converte em lágrimas.
Vem a presença Consoladora Do Espírito Santo preenchendo toda a alma;
Fica o cuidado visível desse Deus ao tapar com Seu bálsamo os buracos que ninguém vê, mas que você e Ele sabem que estão lá pela perda da sua mãe.
A mãe vai, porque uma hora todos vamos, conquanto sejamos daqueles que achem que as mães não deveriam ir, posto que eternas deveriam ser;
Mas os filhos ficam, para nos relembrar e apontar quão maravilhosas essas mães eram. Como espelho, permanecem a refletir a face da mãe que tiveram.
Querido Wagner Herrero e demais familiares ( incluindo voce Gabriela Peva),
Estou orando para que Deus os Console de um modo indizível. Fiz esse breve poema em homenagem às mães, mas por conta do falecimento da sua mãe. Só a conheci indiretamente por voce, que é reflexo dela! Eu a vi, por um espelho chamado Wagner.
Um abraço nessa hora de aperto, Pr.Sergio.

abril 11, 2015

Pronatec Eclesiológico

Filed under: Sem categoria — sdusilek @ 6:41 pm

Para a turma ligadona na paraeclesiástica tecnologia de crescimento de igreja, quero lembrar: a) que os modelos são históricos, e sócio-aplicados. Isso quer dizer que eles envelhecem e não se aplicam a todos os lugares; b) que os modelos se esgotam. Há um tempo de implantaçao, maturaçao e depois de declínio… pautar a igreja que lidera em algum modelo é convidar a enfrentar uma sucessão deles em algum tempo… Paul Ricoeur já falava do esgotamento cultural existente na metade do século XX. O problema é que o passo seguinte ao esgotamento é o niilismo, a falta de esperança; c) lembre-se que crescimento exponencial envolve sempre uma perda da alma. Jesus já dizia que ganhar o mundo inteiro implica na perda da alma. Há gente ganhando o mundo, mas perdendo filhos, casamento, integridade, sensibilidade, sanidade… A tarefa é urgente, mas você não é único no seu cumprimento; d) que parte dessa tecnologia “pronatec” existe para alimentar um ciclo de auto-exposição e competição, e não só para compartilhamento e instrumentalização. É normal ver nesses encontros os oradores se revezarem dizendo “quantos membros” sua comunidade possui… e) que muito do crescimento de algumas comunidades se dão não pela açao do Espirito, mas pela adequação cultural. E isso não tem a ver com um “facilidade moral” mas com inserção de elementos estético-culturais no modus-faciendi da Igreja. Ainda que com muitos erros de nomenclatura, sugiro a leitura de um artigo de Waldney Souza Rodriguesna revista Sacrilegens (www.ufjf.br/ppcir/sacrilegens) que mostra esse fato; f) que os modelos são “atalhos” e as vezes “atrapalhos” na vida de comunidades de fé. Falo tando dos novos como dos velhos. O certo seria um processo contínuo, lento e reflexivo de maturação para que houvesse um crescimento de todos nessa busca da edificação mútua e da multiforme maneira de ser Igreja de Jesus nesse mundo. Nesse sentido, mais importante que ter uma classificação (ICP, MDA, G12, MMA,etc) é descobrir sua vocação na localidade onde está. Poucos obreiros/igrejas conscios de sua vocação, costumam fazer um grande “estrago” na seara; g) por fim que muito desse fenômeno sócio-religioso apontado pelo Censo do IBGE na existência de uma camada crescente da população vinculada ao grupo “evangélico mas não praticante” (minha vozinha deve estar se revolvendo no tumulo) se deve não só a pregação da teologia da prosperidade, mas também aos modelos eclesiais “prósperos” que tira da Igreja sua razão de ser, sua alma, que é o cuidado. Aí, pastor vira gerente quando não desprezada a vocação para se tornar cargo de premiação e promoção para um líder “eficiente”; membro vira cliente, a relação se dá pelo marketing, Jesus vira produto e o Evangelho ganha um contorno cosmético. O apêgo a modelos eclesiásticos é para mim uma forma de secularização. Os critérios de avaliação são seculares e não espirituais (números); o crédito da ação se deve ao modelo e não ao Espírito; o impacto se deve não a um processo mas a uma postura. Meu querido colega, escrevo isso não para recriminar quem quer que seja. Escrevo porque entendo que você é maior que os modelos e que, com a ajuda do ES, podem junto às suas comunidades de fé e aplicando os princípios bíblicos, criarem processualmente e conjuntamente com o povo seus modelos. Dá mais trabalho, é verdade. Mas o resultado… Pr.Sergio Dusilek sdusilek@gmail.com

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