Leituras diárias: a) Is.42:1-7; b) Is.53; c) Is.61; d) Jo2:1-12; e) Jo4:1-15; f)Jo4:16-30; g)Mt.8
– Texto Básico: Jo2:1-11 // Texto Áureo: Jo2:11
Introdução
Já se imaginou tendo uma vida tão coerente que as pessoas aprendam contigo somente observando você? Os ensinos de Jesus não estão presentes só nas suas palavras, mas sobretudo no seu caminhar. E após definir de que tipo seria seu ministério, o Senhor começou a exercê-lo. Ele começa então a falar com sua própria vida de modo tão singular que o autor de Hebreus (Heb.1) vai diferenciar a fala de Jesus como o ápice daquilo que Deus quis revelar ao homem.
Só que aceitar Jesus como um grande homem, como um grande profeta, como alguém de ligação íntima com Deus é fácil, porque a história mostra isso. Agora aceitá-lo como Messias, como Deus encarnado, isso requer fé. E parece que por vezes, quando as coisas se tornam normais e mecânicas para nós, notadamente as sagradas, vamos perdendo a fé. Quantos pessoas quando entraram para o coro ou para uma banda, não o faziam com temor diante de Deus? E quantos, após normalizarem o convívio com a “mecânica” dos ensaios, não acabam por desprezar a seriedade de tal compromisso? Parece que alguns quanto mais contatos com o sagrado têm, invés de criar mais temor gera mais desleixo.
Pois não foi diferente com o povo de Nazaré e com algumas aldeias circunvizinhas daquela região. Eles tiveram contato com Jesus antes do início do ministério. E daí, pela normalidade com que o via, não foram capazes de crer que ele era o Cristo (o ungido/enviado). Aqui reside a primeira rejeição que ele passou: na própria cidade onde fora criado e crescera, Nazaré (Lc.4:14-30).
O que o Inimigo mais deseja fazer conosco é nos tornar semelhantes aos nazarenos, gente que acredita em Jesus como um personagem histórico-religioso. Só que Jesus é muito mais do que isso. Ele é Deus! E para tanto você precisa exercitar a sua fé. Soren Kierkgaard (teólogo e filósofo dinamarquês) disse certa vez que a fé tem início onde termina a razão. Para ver Jesus como Deus você precisa CRER! O que representa exercer um ato de fé.
Por ser Deus, Jesus não se limitava a atuar segundo um “script” religioso do seu tempo. Ele não tinha uma postura excludente, mas sim includente (veja Tiago 2). O Mestre não fazia acepção de pessoas. Ele cuidava de doentes, curava leprosos, tocava em mendigos, conversava com mulheres (muitas delas adoecidas e rejeitadas como a hemorrágica (Lc.8)), evangelizava samaritanos (lembra da mulher samaritana? – João 4) e acolhia as crianças. Jesus com essa postura, ao passo em que se tornou em escândalo para os religiosos daquele tempo (mestres da lei/escribas/fariseus), inaugurou o acesso das pessoas ao Reino do Céu.
UM Milagre NA FAMÍLIA
O evangelista João qualifica o milagre das Bodas de Cana (Jo2:1-11) como sendo o ato inaugural dos feitos de Jesus. Tal expressão não se encontra na Bíblia sem o propósito claro de mostrar como Deus ama e se importa com a família. Ela pode ser atacada, vilipendiada, ridicularizada pela sociedade, mas ela permanecerá até a volta de Jesus (sua 2ª vinda), porque a família é instituição criada por Deus. E a obra que Deus cria e faz, só Ele pode destruir (falo aqui da Família como instituição, não visando-a de modo particularizado, individualizado).
Naquele tempo, era comum as festas de casamento (até mesmo devido a dificuldade de locomoção) durarem 1 semana. E Jesus, talvez por ser conhecido dos noivos, foi também convidado para aquela festa. A partir de sua estada entre os convivas é que vamos tirar algumas lições do texto para nós.
A primeira delas é que Jesus sempre vai estar interessado em sua família. Você vive ou presencia uma crise em casa? Saiba que o coração de Jesus também se entristece com tal coisa. O texto fala que Ele no início do seu ministério, dá uma “quebrada” no seu curto tempo e vai a um vilarejo chamado Caná. É lógico que Cristo tinha mais o que fazer; ele não estava ocioso. Mas o fato dEle ter ido a um casamento mostra que a agenda de Deus está prioritariamente aberta para as famílias. Não importa onde ela esteja (se numa grande cidade ou num vilarejo), se tem crises fortes ou não, se há amor ou ausência dele em casa, Deus sempre vai estar com sua agenda aberta para a sua família.
A segunda lição desse texto aponta para o fato de que toda a família é suscetível à crise. Não há família perfeita, embora por vezes nós achemos que os outros lares são melhores do que o nosso. Todo casal, toda relação paternal tem seus problemas. E com aquele casal de Cana não foi diferente. Logo na lua de mel eles enfrentam sua primeira grande crise conjugal. Você consegue imaginar isso? Um tempo que era para ser de alegria começa a ganhar contornos cinzentos… mas eles tinham feito algo excelente: haviam convidado Jesus para fazer parte de sua família. E na hora da crise, Jesus faz toda diferença!
Talvez você esteja com crise em sua casa. Quero convidar você a confiar e pedir ajuda a Jesus e também ao seu pastor/líder de adolescentes. Se ele ou ela é alguém nota 10, abra seu coração e peça ajuda. Lembre-se você não é o único a passar por isso.
A terceira lição está no fato de que não há família que tenha perdido a alegria que Jesus não possa restaurá-la. O vinho emprestava a imagem da alegria nas celebrações. E Jesus transformou água em vinho. Aquilo que não tinha mais sabor, aquilo que se tornara corriqueiro, agora ganhava um contorno especial. E sempre a alegria do segundo momento será maior do que a primeira (2:10b). Deixe Jesus transformar sua casa!
CONCLUSÃO
Resta uma pergunta: até onde vai a sua fé? Quanto de alegria você quer para sua família? Encha as talhas (potes/vasos enormes de pedra) até a borda (11:7) e você vai ver a extensão do milagre de Jesus em sua casa. Jesus correspondeu às expectativas daquele casal. Numa hora crucial, eles demonstraram fé. Num momento singular, Jesus operou o milagre.