Ultimamente tenho estado presente em momentos historicos… to ate preocupado com isso. Dizem alguns zombadores que a historia, por avaliar o que passou, tem cheiro de coisa velha, de naftalina. Nesse exato momento nao sei se estou desenvolvendo uma capacidade para detectar onde estara a naftalina ou se eu e que ja estou com esse cheiro…
Fato e que participei de uma assembleia historica da Convencao Batista Carioca. Falo da Extraordinaria, convocada para apareciar o relatorio do Conselho Fiscal da CBC. E ao contrario do que dizem os historiadores, a marca daquela reuniao nao foi um lider a quem o povo seguiu. A marca daquela reuniao foi o povo, o coletivo. A melhor frase que traduz o espirito daquele encontro foi a pergunta acima que ouvi alguem fazer apos a palavra de alguem do povo. Pessoas nao conhecidas falaram. Pessoas sem fama disseram o que pensavam. Depois de muito tempo vi um povo chamado batista sair dos bancos. Vi o cumprimento de uma expressao de Leonardo Boff o qual, na epoca defendendo as Comunidades Eclesiais de Base, asseverava ” e a igreja se fez povo” .
Quem, portanto, era aquele que nao se deixou impressionar pelos poucos conhecidos que fizeram uso da palavra? O povo. Quem era aquele que nao se deixou levar por insinuacoes de ameaca? O povo. Quem era aquele que que estava cansado de ver as coisas do mesmo jeito? O povo. Quem era aquele que quis fazer parte de todo processo decisorio, por estar esclarecido sobre as coisas que ali se passavam? O povo. Quem era aquele que tomou as redeas do processo historico daquela assembleia? O povo batista! E ali voltei a ter orgulho em ser batista. E ali renasceu a esperanca.
Uma coisa mais tenho que dizer. Estou muito reflexivo com tudo que vi e ouvi. Num momento em que muitos falam e propalam um modelo episcopalizado para gerir a denominacao e, pasme, ate as igrejas, vi o povo fazendo a coisa certa. Enquanto o “clero” quis resolver, nada foi feito. So se colheu inimizades e feridas profundas. Mas quando foi dada a oportunidade a esse povo chamado batista, ele exuberou em sua decisao.
Muito ouvi de que assembleias sao ruins, de que o povo e ruim… mas depois daquela 5a feira na PIB de Madureira, nao posso evitar de pensar que os ruins somos nos, pessoas do “clero” (se e que pode se chamar assim!) batista.
Ser batista e isso. Quando tudo parece perdido, ainda nos resta a sagrada alternativa da igreja se fazer povo!
Pr.Sergio Dusilek
Novos Caminhos, Velhos Trilhos 