Ouvindo meu pastor pregar hoje, Deus me levou a esboçar outra mensagem que nada tinha ligação com o que ele dizia, mas sim com o culto que prestamos. Antes que você ouse achar que ele pregou mal (coisa que ainda não vi!), eu preciso desfazer essa noção. Compreendo que quando Deus manifesta sua Glória, sua Presença num local, como a CBRIO (por exemplo), Ele “abusa” em falar conosco. Creio que para isso a vida do pastor conta muito. Daí, em dois minutos saiu o esboço de uma reflexão que quero compartilhar contigo.
O que faz alguém afundar? Por que alguém que andava tão bem, acaba em algum momento submergindo? O que torna alguém que respirava vítima de um afogamento?
Penso que em primeiro lugar está o pecado. O pecado pode parecer bom e atrativo. Pode também emprestar a você uma idéia de liberdade e de frescor. Mas na verdade o pecado é um peso tão grande que nos lança para longe do sagrado monte do Senhor. E longe de Deus nós só afundamos. Pecado meu querido pesa. Isso porque nenhum pecado passa incólume, sem conseqüências. Pecado pesa na alma, porque a culpa não tratada na Luz e com verdade se torna elemento corrosivo e pesaroso da alma. Pode crer: a culpa sufoca.
Há pessoas que hoje estão com a vida toda embaraçada devido a pecado. E só há um jeito de se livrar dele: confessá-lo a Deus, para obter do Senhor o perdão.
Mas nem só de pecado é que as pessoas se afogam. Há gente que está afundando porque racionaliza demais as coisas. Sempre se justifica. Nunca assume seus erros. Sempre os erros pertencem ao outro. Fazem coro com o despojado e sarcástico humor de Sartre em que dizia que “o inferno é o outro”. Tentam arrumar explicações para o que aconteceu. Tentam ponderar o que é impoderável. E assim, de escusa em escusa, de racionalização em racionalização, acabam afundando. Não foi assim com os discípulos a caminho de Emaús (Lc.24)? Se afogando na mágoa da separação, mas sem dar espaço para a consolação que vinha da Palavra de Deus? Pare de racionalizar! Acate o que Deus está lhe dizendo pela Sua Palavra!
Em terceiro lugar, há pessoas que se afundam por causa das bênçãos. Exatamente isso: bênçãos. Tem gente que não sabe lidar com a benção que Deus lhe concede. Ora para passar no vestibular e depois de aprovado esquece-se do Senhor ao longo do curso universitário. Pede a Deus uma namorada e depois se esquece de Deus, até o dia em que o namoro termina. Sabe quem não soube lidar com a benção? O Povo Hebreu na saída do Egito. Deus o abençoou e ele recebeu despojos (pagamento/bens – Ex.12). Mas na primeira oportunidade empregaram e entregaram a benção para construção de um ídolo… (Exodo 32). Tem noção? Pois é assim que muitos se afundam… não estão preparados para lidar com a benção porque embora tentem agradar a Deus, seus corações não são totalmente retos/inteiros diante dEle.
Para esses casos, ao invés da benção fazer subir, acaba pesando para descer abaixo do nível das águas. E aí o afundamento é certo!
Há gente que se afoga por conta dos entulhos que recebe na vida. Na Bíblia há um relato de uma guerra de dois reis Asa e Baasa (II Cronicas 16). Baasa estava construindo o primeiro grande muro de separação na Palestina, na cidade de Ramá. Queria impedir o contato e a travessia do reino do Norte (Israel) para o reino do Sul (Judá). Só que Asa contratou o exército Sírio que fez com que Baasa parasse a construção (16:1,5) deixando entulhos para trás. Asa não pediu para receber aquele entulho, mas ele fez algo maravilhoso com ele. Simplesmente ele pegou aquele material e edificou duas cidades (16:6). Sabe por que muitos afundam? Porque não sabem o que fazer com o entulho que recebem dos outros na vida. Sentem então o peso do entulho e submergem com extrema rapidez. Contudo, o segredo da vida não é desprezar o entulho que você recebeu, mas sim beneficiá-lo. Usá-lo na construção de algo realmente importante e de valor. Nas mãos de Deus, até mesmo entulho é transformado em benção!
Por fim há gente que se afoga por causa da incredulidade (Mt.14:22-36). Tem gente presa em sua estrutura de vida e que, mesmo estando cansado do vento contrário e de tanto remar, não consegue crer que Jesus vem em sua direção e socorro. Acabam achando, quando percebem a presença de Deus claramente se manifestando, que é uma alucinação, “um fantasma”. Não conseguem crer que é Jesus…
Outros há que ousam abandonar esta estrutura de vida (o barco onde se encontram) que impede que prossigam. Não conseguem crer que sob a ordem de Jesus podemos andar sobre os mares. Pedro tentou, mas acabou duvidando (v.31). Engraçado é que na hora em que precisamos mais crer é que justamente sentimos medo. Nessa hora bate a dúvida, e deixamos de olhar para Jesus para reparar na força do vento (v.30). Só resta a incredulidade tomar o coração.
Mas a boa notícia (o Evangelho é impregnado de boas notícias) é que Deus não nos deixa afundar. Sua destra poderosa está bem perto de nós, pronta para nos soerguer ao menor sussurro, ao maior clamor. Deus nos sustém. Deus nos levanta. Deus nos leva aos altos céus para respirarmos um ar puro (Is.40:31).
Para que afundar? Clame ao Senhor e agarre a mão de Jesus que está estendida em sua direção. Creia no Senhor Jesus.
Pr.Sergio Dusilek
sdusilek@gmail.com