Novos Caminhos, Velhos Trilhos

junho 18, 2010

SOBRE PASTORES E LOBOS

Filed under: Liderança — sdusilek @ 9:33 am

 

“Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos. No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.

Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.

Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra  (da luz) de holofotes.

Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.

Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.

Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes (e eu diria: até amantes).

Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.

Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.

Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.

Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.

Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.

Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.

Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.

Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.

Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.

Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.

Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.

Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.

Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.

Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.

Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.

Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.

Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.

Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.

Pastores são usados por Deus,lobos usam as ovelhas em nome de Deus.

Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.

Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.

Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.

Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.

Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.

Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.

Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.

Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.

Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.

Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.

Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.

Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.

Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.

Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.

Pastores têm dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.

Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.

Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.

Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.

Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.

Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.

Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.

Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores” (Mateus 7:15).” [Osmar Ludovico]

Eu poderia acrescentar mais alguns itens nesse contraste tal qual: pastores falam a verdade, lobos são mentirosos, filhos do Diabo; pastores escrevem, lobos imprimem… Aliás uma marca de todo lobo é uma capacidade ímpar de comunicação verbal aliado a total inabilidade escrita. É que pelo papel é mais díficil conduzir, manipular…

Coloquei esse texto para que você tenha a oportunidade de fazer uma análise criteriosa de seu pastor. Não tenha medo de fazê-lo. Se ele for PASTOR, ele vai passar pelo crivo da análise. Não vai ser perfeito, mas vai passar. Agora se for Lobo… por que continuar debaixo dele? Por que continuar com medo de descobri-lo como tal? O fato de você não reconhecê-lo como Lobo não o torna pastor. Só aumenta o tempo do abuso moral, emocional e espiritual ao qual você tem se sujeitado. Sabe de uma coisa? DEIXE A VERDADE APARECER.

Isso me faz pensar num discurso de manipulação que ouvi: “ovelha não deve seguir pastor, dizia-se”. Ora, só pode afirmar isso quem não entendeu João 10, quem nunca foi pastor e quem tem tudo para ser lobo.

Por fim, sabe qual é a lógica do Lobo? Tentar fazer as ovelhas desistirem de seguir ao seu pastor. Desse modo elas se tornam presas fáceis. Agora, SE UMA OVELHA NÃO SEGUIR AO SEU PASTOR, VAI SEGUIR A QUEM????

Pr.Sergio Dusilek

sdusilek@gmail.com

junho 17, 2010

“NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS” (Mt.7:1-5) – Parte 2

Filed under: Teologia — sdusilek @ 11:00 am

Por que então Deus nos deu a capacidade de julgar? Aqui como prometi, exponho alguns motivos de uma lista não esgotável,  que penso serem indicativos do porquê Deus nos dotou com essa capacidade inerente:

1) Porque um mundo catatônico seria chato demais. Imagine ver o mundo como um zumbi. Não dá. Uma das coisas que dá dinamicidade a vida é nossa capacidade de fazer juízo. Elaborar síntese nos permite sentirmos indignação. E da indignação surgem os grandes movimentos reformadores na sociedade. Juízo é importante para que o tecido social não morra; pode apodrecer, mas não morrer.

Usei o termo catatônico e não robótico porque os robôs hoje vêem com inteligência artificial, uma espécie de juízo programado que os fazem avaliar alternativas, tomar decisões, escolher caminhos, isto é, emitir um “juízo”. Um mundo sem juízo seria então mais sem graça que um mundo robótico, “matrixizado”. Graças a Deus porque Ele nos deu as cores do juízo!

2) Porque o juízo é um instrumento de sabedoria. Sábio é aquele que aprende com os próprios erros. Mais sábio ainda é aquele que aprende com os erros dos outros. Porém, como saber que o outro errou ou mesmo acertou? Essa diferenciação e qualificação só é possível pelo juízo. Quando avaliamos/julgamos a ação do outro e optamos por não repetir os mesmos erros, somos então sábios. Juízo e sabedoria andam de mãos dadas.

3) Porque a falta de consciência (auto-julgamento) faz com que causemos dor àqueles a quem servimos (Warren Wiersbe). QUEM NÃO SE JULGA ACABA PELOS OUTROS SENDO JULGADO! Como é triste ver líderes que se perderam ao longo da trajetória de vida e que agora causam dor aos seus liderados justamente por não terem o bom senso de se avaliarem!  Juízo é importante para que influenciemos positivamente as pessoas.

4) Porque o juízo é importante no serviço e balizamento do outro, uma vez que ele nos melhora e permite que se crie um canal vivo de compartilhamento de experiências. O juízo viabiliza o caminho da exortação (parakaleo) palavra tão cara ao Novo Testamento. Aliás ser exortado é para todos; acatar a exortação, só para os crentes.

5) Por fim, Deus nos deu a capacidade de julgar porque o juízo nos mostra que nós somos devedores e por isso, carentes do perdão e da Graça de Deus. Sem juízo, não há arrependimento. Sem arrependimento  não há necessidade de perdão. Sem perdão não há derramar da Graça de Deus. E sem Graça não há salvação. Em outras palavras: o juízo é uma benção porque é fundamental para que haja salvação.

Você já pertence a Jesus? Caso não, abra seu coração, sua vida para Ele agora. Se você tem algum juízo (e de todo o coração espero que tenha) só nos cabe reconhecer que somos pecadores, deveores de Deus e que precisamos da sua Graça, do seu perdão. Confesse então a Jesus como seu Senhor e Salvador. E lógico: procure uma igreja batista perto de você para que você cresça na fé.

Abração,

Pr.Sergio Dusilek

sdusilek@gmail.com

junho 16, 2010

“NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS” (Mt.7:1-5) – parte 1

Filed under: Estudos — sdusilek @ 1:08 am

Taí uma das mais incompreendidas expressões de Jesus. Citada para justificar os erros por aqueles que andam enlameados, bem como para evitar o aprofundamento de uma discussão para os mais superficiais, o verso primeiro de Mateus 7 caiu na graça da cultura popular. Por isso, sendo super conhecido e citado, muito pouca gente sabe o que realmente ele quer dizer. Inclusive há pessoas que na honestidade de seu coração tentam não elaborar nenhuma síntese, nenhum juízo, como se isso fosse possível. Mas será que Jesus pediria ou mesmo requereria de nós algo impossível? Estaria Jesus tencionando que seus servos, filhos e amigos se tornassem uma espécie de “tábula rasa”?

Particularmente não é esse Jesus que conheço e que vejo ser apresentado nos evangelhos. Por isso quero sugerir a você 5 cuidados que (penso) Jesus queria ensinar para cada um de nós nessa passagem do sermão do monte:

1) Cuidado com a EXPRESSÃO do Juízo (v.4) – se é inevitável formular um juízo é perfeitamente possível não expressá-lo. O verso 4 fala da expressão, de ir até o irmão e dizer o que você sintetizou. Expressão é para quem é íntimo, por isso não é todo mundo que pode ouvi-lo. Pessoas íntimas nos conhecem, nos compreendem e por isso dão aquele famoso “desconto”, por conseguirem ver as coisas sob nosso prisma. Se a conversa de clichê (aquela que mal sai da saudação) é para todos, a expressão de juízo é só para os íntimos. Aliás, entre os que são íntimos nem é necessário dizer, basta pensar…

Expressar o juízo revela nosso padrão e os valores que constituem nossa alma. A expressão de um juízo portanto é um desnudamento do ser. E ninguém deve ficar nú na frente de qualquer um… não acha? Mesmo porque nem toda nudez agrada. Há nudez que causa asco. O que pode implicar numa solidão… Por essas e outras é que o juízo deve ficar debaixo do controle pessoal.

2) Cuidado com a FORMULAÇÃO do juízo (v.2) – Jesus estava além ensinando que além da expressão é preciso tomar cuidado com a formulação do juízo. Volte e meia somos precipitados em nossos julgamentos. Quer ver um exemplo? Você dirigindo o carro no trânsito passa por uma batida. Vê dois carros retirados (sem saber quem bateu em quem) e os motoristas falando com o policial. Um deles era mulher. E loira. Quem você pensa na hora que foi o culpado pelo acidente? E se te disser que foi o outro condutor?

Nossa formulação por vezes é precipitada porque não colhemos, nem ouvimos todos os detalhes. Emitimos um parecer com os poucos dados que possuímos. Ajuizar depende de saber de todas as nuanças. Por isso, antes de fazê-lo, procure tomar ciência de todos os ângulos e fatos. Assim evitamos que nosso juízo adquira a coloração da palavra que Jesus usou (krínete), que significa um hábito de censura, uma crítica amarga e injusta.

E lembre-se que por mais dados e fatos que tenhamos sobre uma situação, o julgamento da intenção só o Juiz pode fazê-lo. E Deus o fará no último dia, revelando os “desígnios” dos corações (I Cor.4:5). Por isso Cristo falou que não há nada oculto que não venha a ser revelado (Mt.12).

3) O terceiro cuidado é com a PROJEÇÃO camuflada em juízo (v.2,3). Projetar é realçar no outro aquilo que não aceitamos em nós. Por isso a projeção é um sinal e atestado de hipocrisia, na medida em que queremos corrigir nos outros o que não é conseguimos consertar em nós mesmos. O fato é que Jesus contrasta no verso 3 os tipos de atenção que temos e a que deveríamos ter. Nossa atenção é “topográfica”, medindo os outros pelos detalhes (cisco/argueiro) que fazemos força para localizar em outrem. Mas nós deveríamos ter uma atenção “tomográfica”, isto é, um olhar para dentro de nós mesmos que nos permitisse enxergar nossas falhas e erros. Era para deixar Deus passar o pet-scan em nós.

A mensagem de Jesus é clara: antes de querer consertar o outro, temos que acertar nossas pendências. Por isso antes de querer pontuar seu cônjuge, acerte você sua passada. Antes de corrigir seu colega de trabalho, deixe Deus trabalhar o seu coração.

Interessante é que não vemos nossa “trave”. A palavra usada por Cristo é dokoi = vigas pesadíssimas como aquelas usadas na construção do Templo. No país do futebol é preciso destacar que a “trave” é bem maior do que se imagina… E sabe por que não as vemos? Porque as vigas são estruturas, ficam na parte interna, constituem a nossa personalidade. Por isso é difícil de ver. Também é por isso que muitos não se enxergam… Para ver a trave tem que mergulhar fundo para ver.

Se você não se conhece bem, nunca mergulhou para dentro, cuidado com a projeção…

4) Cuidado com o PADRÃO (v.2) – lembre-se sempre, e isso Jesus queria ressaltar, que a medida com a qual avaliamos será a mesma com que nos avaliarão. Tem gente que não aguenta o rebote, a ressaca do juízo, que é quando os outros nos pegam cometendo os erros que condenamos. A isso chama-se incoerência. E os maiores detetives de nossas incoerências são os adolescentes. Por isso é que para muitos conviver com eles é difícil…

Se você não quer ser julgado por um padrão maior, cuidado com o juízo que você faz e publica. Em outras palavras, olhe para o Padrão.

5) Cuidado com a FALTA DE GRAÇA (v.2, Mt.6,12; 18:35, Gl.6:1-2). Por fim o Mestre fala de um último cuidado que é com a implacabilidade na hora do juízo. Não cabe a nós sermos intolerantes e implacáveis com quem peca ou mesmo com quem falha. Jesus ensinou isso quando teve comunhão com Zaqueu (Lc.19) ou mesmo quando perdoou a adúltera (Jo.8). Implacável o Senhor foi com os cínicos e hipócritas (Mt.23).  Infelizmente em muitas igrejas percebemos uma implacabilidade com os pecadores (ainda mais com os confessos!!)  e uma tolerância com os cínicos e hipócritas… tem algo errado conosco, não acha?

Não podemos ser implacáveis com aqueles que estão já quebrados pelo pecado. Implacabilidade é para o Juiz do Universo. E haverá um tempo em que a misericórdia do Senhor acabará, assim como Esaú procurou um dia um lugar de arrependimento com lágrimas, porém não o achou. Há um tempo para que haja arrependimento. E esse tempo para você é agora!

Jesus queria que ajudássemos aqueles que foram excluídos da vida pelo pecado. Daí o apelo de Paulo para que cumpramos a lei de Cristo que não é outra a não ser a lei do amor. Por isso nossa missão é levar as cargas uns dos outros (Gálatas 6:1-2). Isso é agir com Graça.

Qual desses cuidados tem faltado a você?

A segunda parte desta reflexão tratará das razões pelas quais (penso) que Deus nos deu a capacidade de julgar. Mas isso é para o texto que vem!

Deus abençoe sua vida! Espalhe Graça!

Pr. Sergio Dusilek

sdusilek@gmail.com

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